Entre os dias 28 e 30 de abril, os alunos da 2ª série do Ensino Médio realizaram estudos de campo na região de Cerrado próxima à cidade de Capitólio, Minas Gerais. Inicialmente, fizeram um passeio de chalana, espécie de balsa modificada, quando percorreram a represa de Furnas e conheceram os diversos canyons (extensos paredões formados através de processos erosivos no decorrer de milhões de anos, esculpidos principalmente pela ação dos ventos e das águas) da região, bem como córregos e cachoeiras que alimentam a represa de Furnas. O passeio, de cerca de três horas, possibilitou que observassem a realidade local, comparando as formas de relevo que circundam a represa, sua profundidade e a importância que a mesma exerce no local.
No segundo dia, estudaram, “in loco”, a biodiversidade da flora do cerrado com suas adaptações, seu colorido peculiar e seus mais diferentes aspectos. Nas trilhas, caminharam pela vegetação colhendo informações, tirando fotos, fazendo análises para futuros trabalhos. Enquanto se deslocavam entre uma e outra trilha, em uma região bem característica de cerrado, pertencente a uma área de amortecimento do parque Estadual da Serra da Canastra, ouviram as explicações do biólogo, professor Daniel, que, pacientemente, acolheu os alunos, respondendo-lhes às perguntas.
Além dos aspectos da biodiversidade da flora do cerrado, constataram as formas de relevo características da região, do solo do cerrado, comprovando e confrontando estas com as informações recebidas em sala de aula. “Nada melhor do que estudar o cerrado no cerrado, para, assim, poder melhor articular as informações recebidas com a vivência e com a prática, pois, ali, os alunos puderam analisar os porquês das inúmeras adaptações que estudaram em sala de aula: arbustos retorcidos, cascas grossas cheias de sulcos, solo pouco profundo, muitas vezes as próprias rochas serviam de substrato. Entenderam também, por que o fogo natural é importante para manter esse bioma tão importante”, comentou o professor Regi (Reginaldo Miguel Rolin Moura), que acompanhou os alunos na viagem.
Gabriel Fernando Furlan M. de Oliveira, da 2ª A, contou que essa foi sua primeira viagem pelos Projetos Vida, pois entrou no CLQ em 2015 “O cerrado é um bioma que eu conhecia, com as palestras e os estudos do professor Robson; por isso achei interessante e senti-me motivado a conhecer a fauna e a flora. Achei que o cerrado tivesse uma flora pobre, com árvores de menor porte e que não tivesse tanta riqueza hídrica como tem. Foi muito legal estudar e poder observar e analisar na prática. Acredito até que muitos dos aprendizados só podem ser adquiridos vendo, conhecendo. A viagem reforçou e aprofundou o que foi explorado em sala de aula.”
“Surpreendi-me bastante com o cerrado”, comentou a aluna Mariana Tinelli Menegalle, da 2ª B, e completou “Não imaginava que fosse tão rico em sua diversidade, em especial, a flora. É diferente do que eu imaginava. As explicações dos monitores locais também enriqueceu o conteúdo visto em sala de aula. Foi muito bom também entrar nas cachoeiras e piscinas naturais. Durante a viagem, nos divertimos e aprendemos bastante.”
Encerrando os estudos em campo, os alunos assistiram a uma palestra do professor e biólogo Daniel, que, juntamente, com o professor Hugo, explanou sobre toda a experiência vivenciada durante o dia, relacionando-a às informações recebidas durante as aulas de Geografia e Biologia.
