“No ano passado, 2009, o Colégio ofereceu uma oficina de contador de história visando o trabalho voluntário. Isso despertou o meu interesse, mas não para essa atividade e fiquei pensando como poderia conciliar com algo que gosto de fazer. Eu sempre gostei muito de desenhar roupas, aí tive a idéia de aprender a fazer sapatinhos de tricô para bebê. No ano passado, fiz vários sapatinhos e os levava para a Igreja São Judas que os encaminhava para crianças carentes.
Esse ano entrei na Crisma da Igreja São Judas e fiquei sabendo que a Irmãs do Senáculo mantêm uma oficina de costura para confecção de roupas para crianças carentes e que estavam precisando de voluntárias. Eu e mais três meninas nos inscrevemos e desde fevereiro passo as tardes das terças-feiras, das 14 às 17h, lá. Faço desenhos de roupas e, após escolhidos os modelos, faço o molde. As Irmãs costuram e ajudo também no acabamento (colocar botões, algum enfeite, rendas, etc).
Meus valores mudaram muito depois de iniciar atividades voluntárias, pois antes eu não me importava muito com o outro, era muito consumista e ficava estressada quando eu não tinha alguma coisa que eu queria. Agora vejo que muitas pessoas não têm muitas coisas e não são estressadas e são felizes. Percebi também que há muita desigualdade, um abismo entre as pessoas e que tem muita gente precisando de ajuda. Vi, infelizmente, que muitas pessoas fazem trabalho voluntário para si mesmas e até para aparecer de forma positiva socialmente e não acho isso legal. Penso que como voluntários temos o dever de tentar diminuir essas diferenças.
Eu tinha medo de começar a fazer trabalhos voluntários e hoje é muito importante para mim o que faço. Aconselho as pessoas a acharem uma atividade de que gostem e a encontrar um horário e local para se dedicar a outras pessoas, pois é muito bom e gratificante.”
Ramana Heringer Fernando Amaral, 15 anos, do 1ºC, iniciou seu trabalho voluntário em 2009.
Elas contam: “Já tínhamos tido experiências antes, como aulas de catequese (Nathália), cadastramento de medula óssea (ajuda na campanha – todas do grupo) e trabalho no Centro de Reabilitação de Piracicaba (Malu e Marina Gobbo). Com o incentivo do Prof. Douglas Simões, montamos um grupo, com vontade de fazer trabalho social e íamos todas às quintas-feiras das 15 às 16 horas levar alegrias e atividades para as mulheres que estão no flat “Lula”, a maior parte delas com mal de Alzheimer e todas em cadeiras de rodas. Cada semana fazíamos uma atividade, como: pintar as unhas, arrumar o cabelo, conversar, fazer palavras cruzadas e algumas brincadeiras, para alegrá-las e também para incentivá-las a fazer algo. Muitas não conseguem comer sozinhas e daí ajudávamos também.
A prática nos mostrou a importância de se ter paciência e respeito com o próximo, de resgatar valores humanos que no mundo de hoje acabam se perdendo. Aprendemos também a dar valor às coisas mais simples e a valorizar as que passavam despercebidas antes. Além de nos mostrar uma realidade que difere da nossa, nos mostra o valor da família, amigos ou apenas de gestos de carinho e afeto, assim como a Dona Carmem, uma moradora do lar, nos disse: “São pessoas como vocês que nos fazem rir e viver mais”.
Aconselhamos às pessoas que façam trabalho voluntário, pois vale a pena! Existe uma grande satisfação em saber que o que fazemos pode mudar a vida de outras pessoas, mesmo sendo um gesto tão simples.”
Julia Couto, Marina Gobbo Rodrigues, Maria Luiza Gonçalves, Natália F.S. Reis e Nathália Magnani Gonçalves, alunas do CLQ, junto com outras amigas fizeram em 2009 atividades voluntárias no Lar dos Velhinhos de Piracicaba.
”Fizemos um trabalho voluntário no segundo semestre de 2009, que foi muito gratificante em nossas vidas. Nós nos reuníamos aos domingos, no período da manhã, das 9 às 11 horas, para irmos a um colégio em Tupi, no Projeto Família na Escola”. Lá ensinávamos esportes para meninos e meninas de até 14 anos de idade. Passamos para eles um pouco da nossa realidade e aprendemos um pouco mais sobre a realidade deles.
A ideia da realização desse trabalho veio por meio do professor Douglas, que nos comunicou sobre o projeto e despertou nosso interesse. Nossos familiares acabaram se interessando, pois contávamos sobre novas realidades e sobre a troca de ensinamentos e o compartilhamento de estilos de vida diferentes, o que contribui positivamente para nossa formação como cidadãos.
Com certeza, não só nossos valores, ideias e comportamentos mudaram, mas também nossas atitudes. A partir do momento em que conhecemos uma nova realidade e fazemos parte dela, a nossa acaba sendo influenciada e percebemos que vivemos em realidades diferentes para muitas pessoas. Esse convívio nos fez ver que muita coisa não se consegue com facilidade, e sim, com muito esforço e dedicação. Olhar para cada um daqueles garotos e garotas aumentava cada vez mais nossas forças para continuarmos e lutarmos pelos nossos ideais e por tudo em que acreditamos e com que sonhamos. Afinal, nosso esforço era fazer com que eles pudessem ter a mesma força para lutar pelos seus sonhos e crenças.
Fazer o trabalho voluntário foi uma experiência muito gratificante, pois um simples sorriso vindo de uma criança era a melhor recompensa do nosso trabalho, que deve, entretanto, ser realizado com muita seriedade e dedicação para que esse sorriso seja verdadeiro.”
Marina Gevartoski Cruz, Thiago Callil Lescovar, Yghon Antonio Tonielo Domingues
“Eu e a Gabriele desenvolvemos um trabalho na Escola Alcides Guidetti Zagatto. Íamos lá todos os domingos, das 15 às 17horas e dávamos aula de ballet clássico para crianças com idade entre 4 e 14 anos.
Sempre tive vontade de fazer trabalho voluntário, pois acredito na importância de entrarmos em contato com realidades diferentes da nossa. Em nosso trabalho, nos deparamos com meninas e mesmo alguns meninos com realidades diferentes das nossas. Cada domingo que íamos lá, eles ficavam super felizes, contavam o que haviam feito na semana anterior, nos abraçavam, beijavam e sempre treinavam o que havíamos ensinado na aula anterior. Foi uma experiência única, na qual passamos um pouco do nosso conhecimento.
A escola nos recebeu muito bem. Achei muito interessante ver o trabalho dos outros voluntários que lá trabalham e como são unidos. Eles conseguem divertir as crianças, tirando-as das ruas, o que as afasta da violência, drogas, entre outros problemas sociais do Brasil.
Foi muito gratificante saber que eu pude ajudar de alguma forma. Após essa experiência, percebi que podemos melhorar nosso país. Senti-me útil e é bom saber que o trabalho que fiz foi importante para a vida de alguém, pois em nossos encontros, conversas, acho que, além de incentivá-las, oferecemos também alguns ensinamentos.
Vou deixar registrado um recado aqui: se você tem vontade de fazer algum tipo de trabalho voluntário, pratique-o, pois é algo muito gratificante, tanto para você como para os outros.”
Victória G. M. Amalfi e Gabriele Petenasi