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"Uma viagem pela história"

A noção histórica mostra-se fundamental para a formação crítica e reflexiva do aluno, porque, somente por meio do conhecimento da sociedade, da cultura e dos grandes acontecimentos, ele terá visão ampla sobre a realidade que o cerca, podendo agir em função de ideias bem embasadas. Nesse sentido, o tema de estudo proposto, ao 9º ano, pelos Projetos Vida foi "Uma viagem pela História". Por isso, nada mais propício do que visitar as cidades mineiras, consideradas históricas, como comentou o professor José Daniel Batista, ao afirmar serem "um retrato vivo do Brasil Colonial do século XVIII".


Acompanhados pelo professor de História, José Daniel, e pela professora de Língua Portuguesa, Olga Martins, entre os dias 22 e 25 de agosto, os alunos puderam conhecer a arquitetura e os costumes do século XVIII, ao visitar as cidades de Tiradentes, Congonhas, Ouro Preto e Mariana.


Em Tiradentes, exploraram a arquitetura colonial, ainda presente na cidade, bem como a desigualdade social, refletida na fachada das igrejas frequentadas por diferentes classes sociais. Além disso, conheceram a Estrada Real, o caminho do ouro.
Em Congonhas, os estudantes apreciaram as famosas obras de Aleijadinho, no Santuário de Bom Jesus do Matosinho, um importante exemplar da arquitetura colonial brasileira, construído entre 1757 e 1875, e cujo interior é decorado com talhas douradas e pinturas. A parte externa abriga as doze estátuas de profetas em pedra-sabão, do artista Aleijadinho. Ademais, os alunos também observaram “Os passos da Crucificação”, outra obra do célebre artista mineiro.


Durante a visita a Ouro Preto, os alunos puderam observar, nas igrejas, os estilos barroco e rococó. Afora isso, conheceram uma mina de ouro em que se utilizava mão de obra escrava, durante o século XVIII. "Foi uma oportunidade interessante de os alunos 'vivenciarem' o período. Além disso, com a professora Olga, debatemos a literatura da Inconfidência Mineira, destacando os trabalhos de Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga, poetas portugueses do Brasil Colônia, envolvidos na Inconfidência". Entre outras atividades, os estudantes ainda visitaram a Casa dos Contos e o Museu da Inconfidência.


No último dia da viagem, em Mariana, os alunos conheceram detalhes do recente desastre ecológico e seus efeitos na economia. Visitaram a Mina da Passagem, que utilizava tecnologia do século XIX, e participaram de uma oficina de escultura em pedra-sabão, quando puderam imaginar o trabalho e as dificuldades de Aleijadinho. As alunas Ana Laura Ometto Dondelli, do 9ºA, e Camilla Gomes Secco, do 9º C, contaram que, mesmo com as duas mãos, tiveram dificuldades na oficina e imaginaram como Aleijadinho conseguiu fazer obras tão impressionantes, já que tinha as ferramentas amarradas às mãos.


“Foi uma viagem interessante, pois conseguimos entender como era a cultura brasileira durante a mineração e o impacto que ela teve no desenvolvimento do Brasil. Pudemos ver, realmente, como eles viviam, as minas, as igrejas. Foi maravilhoso ver e entender melhor a diferença entre a arte barroca e a rococó. Eu voltaria, outras vezes, a essas cidades. Foi muito surpreendente conhecer locais, como as minas: sabíamos que eram apertadas, mas não tínhamos a dimensão do quanto. Na mina de Santa Rita, nem conseguimos ficar em pé direito, pois, em algumas partes, é muito baixa. A gente, então, pensa, como os escravos ficavam ali, é desumano, dá até agonia. Deu para sentir como era o dia a dia dessas pessoas. Quando a gente lê isso nos livros, não imagina o que é passar o dia inteiro num lugar como aquele, fechado, escuro, baixo, úmido e barulhento. Passamos a entender por que os escravos tinham baixa expectativa de vida, ficavam surdos e com problemas de saúde. Viviam numa situação muito precária e propícia para isso acontecer. É lamentável pensar que as pessoas eram sujeitas a isso e escravizadas por causa da cor da pele”, disse Ana Laura.


“Durante a viagem, pudemos entender e fixar melhor as informações já estudadas, pois ler, ver sobre arte e história em sala de aula é uma coisa, mas aprender com as pessoas que vivem na região, ver, de perto, a arte barroca e rococó é muito diferente, a gente fixa mais a informação. Lá, ao ver a arte barroca e rococó, conseguimos entender melhor as diferenças, além de ser muito legal. Adorei a viagem, uma das melhores de que participei. As viagens permitem que a gente aprenda de uma forma mais descontraída, andando com os amigos, vendo, observando o que se está estudando. É uma forma mais gostosa de aprender”, contou Camilla.
No geral, a viagem possibilitou bom aprofundamento em diversos aspectos de nossa história, a valorização do patrimônio histórico e, ainda, o entendimento do significado do quadrilátero ferrífero.

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